O que é o mal?
Apesar dos muitos sofismas e diferentes concepções sobre o mal, ele, assim como qualquer verdade, independe da opinião alheia.
É um fato. Algo que nos cerca, mas também um caminho, uma opção, uma escolha.
A malignidade reside de forma inata em cada ser humano presente no mundo. Faz parte da condição humana como respirar e saciar necessidades fisiológicas.
Está em cada desejo mesquinho, segredo sombrio ou mesmo em pequenas escolhas egoístas.
Enorme comodidade reside nas reclamações vazias feitas ao vento pelos nossos semelhantes.
Esforço porém,reside em atos que por sua vez não são encontrados com a mesma facilidade.
Em muitos países cristãos, o que se observa claramente é o povo levando sempre em consideração os “Não matarás” e “Não roubarás” como padrão de bondade e ignorando todo o resto, uma vez que trata-se de uma justificativa pura e simples e nada foi de fato assimilado desses ensinamentos.
Essa hipocrisia revela-se em nós em pequenos detalhes constante e convenientemente ignorados. Por exemplo o tabagista que sabe dos malefícios do tabaco mas faz diariamente a escolha de permitir que seus parentes e entes queridos prostem-se ante seu leito hospitalar no futuro. Ou ele não sabe que isso acontecerá? Ele voluntariamente escolhe seu prazer ao sofrimento alheio. Trata-se da escória habitual.
Ou aquele que pratica sexo sem preservativo, que não se importa consigo ou mesmo com aqueles que certamente serão receptores das doenças que ele transmitirá.
O relacionamento interpessoal é um bom indício da índole humana. Suas amizades e a forma como o indivíduo lida com as pessoas de seu meio. Se elas fazem parte de seu mundo ou são meros utensílios usados para alcançar objetivos.
"A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e considera-se que uma das coisas mais nobres é ter muitos amigos. Ademais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa."- Aristóteles
O mal?
É necessário que saibamos sobre ele se o desejamos dominar ou aplacar.
Ele reside em cada passo dado em sua direção, e na falta de cuidado ao trilar um certo caminho. Não refletir antes de agir é um sinal do clássico e maligno egocentrismo humano.
A força necessária para combatê-lo é extraída das raízes de nosso caráter, e dos alicerces da nossa vontade.
Está, do mesmo modo que o mal em si, na escolha de trilhar o caminho. De ser um canal daquilo que se espera dos outros e do mundo.
Um bom exemplo para os cristãos é a passagem de Matheus 16:24 (-Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me ), uma das minhas favoritas diga-se de passagem.
A bondade reside em negar o mal e portanto a nós mesmos uma vez que somos malignos por natureza. Recusar-se a praticá-lo e trilhá-lo são os fatores determinantes para ser factualmente benigno.
Deixemos que Platão faça as considerações finais acerca do que é justo.
— Mas fica a sabê-lo bem, Glauco, que, em minha opinião, como os métodos de que estamos a servir-nos agora na discussão, jamais atingiremos rigorosamente o nosso fim, pois o caminho que aí conduz é outro, mais longo e mais demorado; contudo, talvez alcancemos um que seja digno do que anteriormente se disse e se examinou. (p131)



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